quarta-feira, 14 de março de 2012

Justiça condena acusados de integrar cúpula do jogo do bicho no Rio de Janeiro a 48 anos de prisão

Cinco anos depois das investigações da Operação Hurricane, que resultaram na prisão de mais de 20 pessoas, entre magistrados, policiais e empresários de casas de jogos ilegais, a 6a Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro condenou acusados de integrarem a chamada “cúpula do jogo do bicho” no estado.

Vinte e três pessoas foram condenadas, entre eles, Ailton Guimarães Jorge, o capitão Guimarães, Aniz Abrahão David, o Anísio, e Antonio Petrus Kalil, o Turcão, por crimes como corrupção, contrabando e formação de quadrilha. Acusados de chefiarem a quadrilha, eles foram condenados a 48 anos e 8 meses de prisão, em regime fechado.

Entre as acusações está o pagamento de suborno a desembargadores e outras autoridades públicas. A Polícia Federal fez ontem (13) uma operação para cumprir dez mandados de prisão expedidos pela Justiça, para cumprimento da sentença.

Também investigados pela Operação Hurricane, dois desembargadores (José Eduardo Carreira Alvim e Ernesto da Luz Pinto Dória), o procurador regional da República João Sérgio Leal Pereira e o ministro do Superior Tribunal de Justiça Paulo Roberto Medina estão sendo julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por terem foro privilegiado. A ação contra o desembargador José Ricardo Regueira foi extinta porque ele morreu em 2008.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Em apenas um mês, Força de Pacificação do Exército sofreu quase 90 ataques na Penha e no Alemão

O Exército registrou um aumento no número de ataques de criminosos contra a Força de Pacificação que ocupa os complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, nas últimas semanas. Segundo o assessor de comunicação da força, coronel Fernando Fantazzini, somente em fevereiro deste ano, os militares foram alvos de 89 ataques nos dois complexos de favelas, muitos deles com armas de fogo.

“Essa situação está se recrudescendo desde o final do mês de fevereiro e agora no início de março. Mais ataques hostis aconteceram contra a tropa nesse período, porque a nossa tropa começou a entrar mais em becos e a fazer um patrulhamento mais intensivo. Com esse patrulhamento chegando às vielas e aos becos, as reminiscências do crime organizado estão sendo incomodadas e estão tentando, de toda maneira, reagir à nossa ação”, disse Fantazzini.

No último sábado (10), os militares foram atacados com paus e pedras por manifestantes no Complexo da Penha, ao mesmo tempo em que o príncipe britânico Harry visitava o conjunto de favelas vizinho do Alemão. No mesmo dia, também foram registrados tiroteios entre criminosos e militares.

O Exército ocupou os dois complexos de favelas em novembro de 2010, com o objetivo de acabar com o controle do território por quadrilhas armadas e preparar terreno para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Inicialmente, o Exército ficaria até o segundo semestre do ano passado, mas a permanência foi prorrogada porque a Polícia Militar não conseguiu formar policiais suficientes para a UPP.